SPL20 • Plataforma de Profissões de Saúde Oral

A crescente evidência científica da relação intrínseca entre saúde oral e sistémica tem feito refletir as organizações globais de saúde, a academia, as profissões da saúde, os reguladores, as organizações profissionais e a sociedade em geral.
Os pacientes e suas organizações bem como seguradores e sistemas de financiamento públicos e privados têm levado em conta esta abordagem da saúde oral integrada num todo em saúde.

Envolver profissionais da saúde oral nos cuidados de saúde primários, numa abordagem de cobertura universal, contando com a colaboração natural de médicos de família, de nutricionistas dada a ampla partilha e relação das nutrição com a saúde oral e de psicólogos , agora que todos estão cientes do impacto e relação da saúde oral na saúde mental e vice versa; também ao nível da patologia articular da Articulação Tempo-mandibular, ATM, do bruxismo e problemas oclusais e sua relação com a fisioterapia, com a medicina do sono e neurologia. E outros exemplos haveria, envolvendo enfermeiros, pediatras, fonoterapeutas, etc.

Todos exemplos práticos desta relação saúde oral e sistémica envolvendo várias áreas da saúde. Mas, neste “olhar à volta” não podemos esquecer-nos de olhar para dentro, para a equipa de saúde oral, que inclui médicos dentistas, higienistas orais e técnicos de prótese dentária.
Repare-se que o “Relatório Global sobre o Estado da Saúde Oral: Rumo à Cobertura Universal de Saúde para a Saúde Oral até 2030” apresenta uma visão abrangente dos desafios e oportunidades no campo da saúde oral globalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que as doenças orais estão entre as doenças não transmissíveis mais comuns, afetando aproximadamente 3,5 bilhões de pessoas em todo o mundo. Destas doenças, as mais prevalentes são, como resulta óbvio a cárie dentária e a doença periodontal, que são em grande medida passíveis de prevenção através de intervenções educativas, preventivas e clínicas, juntamente com abordagens para combater riscos comuns a todas as doenças crónicas.

De forma mais específica, a cárie dentária, a doença mais prevalente em termos globais, afeta mais de 2 bilhões de pessoas.
Por outro lado, a doença periodontal avançada, com uma prevalência global de cerca de 19%, afeta mais de 1 bilião de pessoas em todo o mundo.
E o edentulismo e perda de dentes acentuada tem uma prevalência global média de quase 7%, com mais de 350 milhões de casos identificados a nível mundial.
O relatório aponta para a necessidade de incluir serviços de saúde oral nos serviços publicamente financiados de cobertura de saúde nacional, acessíveis gratuitamente ou a um custo que as pessoas possam pagar. Além disso, descreve os principais determinantes e fatores de risco das doenças orais, incluindo o consumo de açúcar, uso de tabaco e consumo excessivo de álcool. 

Destaca-se nesta abordagem que as doenças crónicas e alguma patologia da cavidade oral compartilham um conjunto de fatores de risco passíveis de serem condicionados ou alterados. Os médicos dentistas, MD, têm com âmbito profissional o estudo, a prevenção, o diagnóstico, o tratamento das anomalias e doenças dos dentes, boca, maxilares e estruturas anexas. Os higienistas orais, HO, têm um papel essencial na abordagem preventiva, profilática, educacional e na literacia em saúde oral. Por outro lado, na reabilitação do edentulismo e da perda de dentes, o dispositivo elaborado por Técnicos de Prótese Dentária, TPD, é absolutamente fundamental.

Como tal, o aprofundamento da colaboração e diálogo entre a medicina dentária e estas profissões da saúde oral é fundamental.
É assim natural o estabelecimento de plataformas permanentes de contacto entre estes diferentes perfis profissionais, a bem dos doentes e dos utentes.
Verdadeiras alianças para a saúde oral. Nestas profissões, o modelo predominante é o de trabalho independente, por conta própria, maioritariamente no setor privado. Os médicos dentistas, mas também com menor grau de autonomia os higienistas orais e os técnicos de prótese dentária constituem-se assim como trabalhadores independentes, profissionais liberais “detentores de qualificações de natureza intelectual, com características de exercício profissional muito próprias, tais como responsabilidade, autonomia e independência, orientados para o superior interesse dos consumidores e da comunidade em geral.

É fundamental olhar no case study profissional da saúde oral para a colaboração interprofissional com outras áreas da saúde. Sem dúvida. Mas, não podemos deixar para trás o diálogo e interação entre os próprios profissionais de saúde oral que em conjunto trabalham todos os dias para prevenir, tratar e reabilitar as doenças da cavidade oral.

31 de maio | 16h30-18h00 | Coordenador: Orlando Monteiro

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